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Angústia

  • psikarenfagundes
  • 3 de nov. de 2023
  • 3 min de leitura

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Quem nunca se viu angustiado, que atire a primeira pedra! É uma sensação comum, um aperto no peito, um vazio inexplicável, uma ansiedade e uma incerteza avassaladora. Traz consigo uma irritabilidade e um desespero incomuns, como uma voz interior insistente que nos lança a seguinte questão: O que farei com a minha vida?

Com tantos sintomas desconfortáveis, é fácil enxergá-la como uma vilã. Afinal, quem deseja experimentar tudo isso? E pior ainda, com certa frequência!

E se eu lhe convidar a olhar para a angústia de maneira diferente? E se eu disser que alguma angústia é um sinal de saúde mental e nos motiva a fazer escolhas diante da inevitável finitude?


Finitude e responsabilidade

Somos seres dotados de capacidade autorreflexiva, únicos em nossa habilidade de ponderar sobre nós mesmos e o significado da vida. Consideramos possibilidades de transformação ao mesmo tempo em que somos confrontados com a desesperança diante do que parece impossível. Observamos nossa própria existência e somos constantemente assombrados pela noção do nosso fim inevitável.

Além disso, não estamos predefinidos: embora a carga genética influencie nosso temperamento, não estamos inteiramente condicionados ou aprisionados por nossa constituição.


Não há receitas prontas para viver!

Diante da indeterminação da vida e da necessidade de uma perpétua construção da realidade, a angústia aparece pela constatação da liberdade: estamos fadados a ser livres!

Enquanto precisamos fazer escolhas incessantemente, também é crucial reconhecer que muitas outras opções terão que ser abandonadas. Isso nos faz perceber nossa responsabilidade e envolvimento com a existência. Além disso, escolher implica fazê-lo em um período indefinido e limitado.

Assim, surge a pergunta: o que faremos nesse intervalo entre o momento em que entramos no palco da vida e o instante em que nos deparamos com o fechar das cortinas?


Busca de sentido e autorrealização

A grande questão não é responder como se aplaca a angústia, mas como encontrar sentidos na existência!

A angústia, em certo sentido, é vital para a existência. Ela nos revela que não estamos finalizados, prontos ou completos; pelo contrário, requer que assumamos continuamente a responsabilidade por nossas escolhas e nos arrisquemos.

Permanecer anestesiados não nos levará a lugar nenhum: é a angústia que atua como impulso, motivando-nos a encontrar propósitos para existir e agir! Buscar esses propósitos por meio das escolhas diárias nos transforma em agentes ativos, protagonistas e diretores de nossa própria jornada.


É possível transformar a angústia em algo positivo?

É possível transformar a angústia em combustível para autorrealização quando encontramos algo pelo que lutar, quando encontramos significados ao viver, quando nos conectamos a outras pessoas e somos capazes de sermos mais empáticos, quando conseguimos ampliar a consciência individual para uma consciência coletiva, quando aprendemos, primeiramente a amar a si mesmos e então o outro.

Tente investigar a si mesmo e responder a questões que podem ser bastante motivadoras:

  • O que você ama? O que poderia amar?

  • O que é importante para você? O que o realiza? Como tem usado seu tempo?

  • O que não lhe serve mais? Quais aspectos de sua personalidade e comportamento você pode abandonar para se sentir mais leve e feliz?

  • Que ações cotidianas você pode tomar para melhorar seu ambiente e o das pessoas ao seu redor? Como anda sua interação com elas?

  • Qual é a sua responsabilidade nos problemas sobre os quais você tem lamentado?

  • Existe uma dimensão espiritual em sua vida? Como pode vivê-la de maneira plena?

Rubem Alves, o saudoso escritor, filósofo e educador, advertia-nos: "Ostra feliz não faz pérola". A capacidade de criar e recriar nossa realidade, assim como a realidade ao nosso redor, depende de certa dose de desconforto!

Transforme essas sensações de vazio, ansiedade, incerteza, irritabilidade e desespero em sua própria "pérola", e se necessário, conte com a minha ajuda!

"Há braços, Karen Fagundes
Psicóloga
Outubro de 2018
 
 
 

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